António de Oliveira Salazar
Biografia de António de Oliveira Salazar
António de Oliveira Salazar (1889-1970) foi o primeiro-ministro de Portugal durante 36 anos, de 1933 até 1968, época em que impôs um regime autoritário que anulou todas as tentativas de oposição ao seu governo.
Na década de 1930, ele não estava sozinho, pois ao lado dele estava Francisco Franco, da Espanha, de Benito Mussolini, da Itália, e Adolf Hitler, da Alemanha, integrou a lista dos ditadores que atingiram o auge do totalitarismo na Europa.
Infância e juventude
António de Oliveira Salazar, conhecido como Salazar, nasceu em Vimieiro, Santa Comba, Dão, Portugal, no dia 28 de abril de 1889. Filho de pais humildes dedicados à agricultura: Maria do Resgate Salazar e António de Oliveira, um feitor de uma propriedade no povoado de Vimieiro.
Salazar ingressou em outubro de 1900 no seminário de Viseu onde permaneceu por oito anos. Quando saiu do seminário, começou a dar aulas em uma escola de Viseu e atuou também como professor particular.
Em 1914 graduou-se em Direito pela Universidade de Coimbra. É em Coimbra, que Salazar exerce atividades políticas no Centro Acadêmico de Democracia Cristã.
Depois de concluir o doutorado em Ciências Econômicas, tornou-se professor da mesma instituição, em 1918, ocupando a disciplina de Economia Política e Finanças.
Em 1919 foi expulso da instituição sob a acusação de conspirar contra o regime republicano, mas posteriormente foi readmitido.
Carreira política
Em 1921, Salazar foi eleito deputado pelo "Centro Católico Português", porém, pouco depois renunciou o cargo face à anarquia republicana que dominava o Parlamento.
O sistema parlamentar que havia sido implantado em Portugal em 5 de outubro de 1910 estava em crise e no dia 28 de maio de 1926, o general Gomes da Costa liderou uma revolta militar que pôs fim ao sistema, dando início a uma Ditadura Militar.
Após a derrubada do presidente Bernardino Luís Machado Guimarães, Salazar foi convidado para assumir o posto de Ministro da Fazenda, mas ocupou o posto apenas durante cinco dias, por lhe serem negados plenos poderes para implantar as medidas econômicas que planejava.
Salazar voltou ao ensino e publicou artigos que criticavam as contas públicas do estado, cuja crise financeira se agravou após o golpe.
Dois anos mais tarde, António Oscar de Fragoso Carmona, então presidente, confiou-lhe novamente a pasta da Fazenda, desta vez com total controle de todas as contas públicas. Em 28 de abril de 1928, Salazar assumiu o cargo de Ministro da Fazenda.
À frente do ministério, Salazar promoveu uma austera política econômica, com intensificação da pressão fiscal, redução de vencimentos e congelamento de salários, conseguiu inverter o problema das contas públicas e estabilizar a moeda.
Salazar ganhou a confiança dos militares e resistiu a sucessivas remodelações ministeriais.
Primeiro Ministro de Portugal
No dia 5 de julho de 1932, Carmona nomeou Salazar como primeiro ministro de Portugal. Em 1933, Salazar promulgou a constituição referendada por plebiscito, que instaurou um regime inspirado no fascismo italiano, de caráter unitário e corporativo.
Salazar fundou o que ficou conhecido por Estado Novo, um regime autoritário, de partido único a União Nacional. Foi um período marcado pelo fim das liberdades políticas, pois a Assembleia Nacional da época era composta apenas por aliados de Salazar.
Para consolidar o novo regime, Salazar adotou o Estatuto do Trabalho Nacional, que reunia em um mesmo organismo, submetido ao controle do governo, as associações operárias e patronais, a criação de organizações paramilitares e da Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE) e a polícia política (PVDE) com poderes ilimitados.
O nacionalismo exacerbado e a censura aos meios de comunicação e a fundação do Secretariado Nacional de Propaganda foram outras medidas adotadas pelo regime de Salazar.
Apesar de conseguir estabilizar a economia e de promover a construção de obras públicas, Salazar foi incapaz de impedir a deterioração progressiva do nível de vida da população portuguesa.
Outros cargos políticos
Durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939) e a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), Salazar assumiu também o Ministério de Assuntos Exteriores.
Em 1937, aprovou o governo do ditador espanhol Francisco Franco, com que formou, cinco anos mais tarde, o Pacto Ibérico, pelo qual Portugal e Espanha se declararam a favor de uma política de estrita neutralidade.
Salazar conseguiu o ingresso de Portugal no Tratado do Atlântico Norte (OTAN), em 1949, uma aliança político-militar constituída por democracias.
O último desafio de Salazar foi manter a todo custo as possessões portuguesas na Ásia e na África. Em 1961 assumiu a direção do Ministério da Guerra, mas não conseguiu deter a eclosão de violentos distúrbios nos domínios portuguesas de Guiné-Bissau, Angola e Moçambique que duraram 13 anos.
Últimos anos
Em setembro de 1968, Salazar teve um derrame que o impediu de continuar atuando politicamente. No dia 25 de setembro de 1968, incapacitado de desempenhar o cargo de primeiro-ministro foi substituído por Marcelo Caetano.
Salazar faleceu em Lisboa, Portugal, no dia 27 de julho de 1970. Seus restos mortais foram transportados de Lisboa para Santa Comba Dão, sua terra natal.
Quatro anos após a morte de Salazar, o governo ditatorial caiu diante da Revolução dos Cravos, que tinha um discurso socialista, mas pouco a pouco foi caminhando para um regime social-democrata, mas preocupado em integrar Portugal à comunidade europeia e ao capitalismo.
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