Oliver Cromwell

Militar e ditador inglês
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Oliver Cromwell

Oliver Cromwell (1599-1658) foi um militar, ditador inglês e líder da Revolução Puritana que ocorreu na Inglaterra e substituiu a Monarquia por uma República. Governou como ditador com o título de Lorde Protetor do Estado Unificado (Inglaterra, Escócia e Irlanda).

Oliver Cromwell nasceu em Huntingdon, leste da Inglaterra, no dia 25 de abril de 1599. Era descendente de ancestrais ilustres, entre eles, Thomas Cromwell, ministro de Henrique VIII.

Filho de um pequeno nobre do campo, estudou em escolas puritanas (nome dado à religião protestante da Inglaterra, originária do Calvinismo) que lhe marcaram a personalidade.

Em 1616 foi enviado para o colégio de Sidney Sussex da Universidade de Cambridge, mas abandonou os estudos no ano seguinte.

Contexto histórico

Nessa época, a Grã-Bretanha era governada pelo rei Jaime I, filho de Mariy Stuart e sucessor de Elizabeth I.

Anglicano fervoroso, Jaime I perseguia católicos e puritanos. Absolutista, afirmava que a onipotência real tinha o direito de elevar e abater, dar vida e morte a seus súditos. O parlamento reagia às suas ideias.

Com a morte de Jaime I, em 1625, subiu ao trono seu filho Carlos I, que tentou restaurar a dignidade real, mas logo se casou com uma princesa católica Henriette, irmã de Luís XIII da França.

A imposição do regime absolutista contou principalmente com a ajuda do arcebispo Laud, de Canterbury e do Conde de Strafford, que aconselhou o rei a por em vigor as velhas leis feudais e a cobrar multas de todos os que as violassem.

O arcebispo Laud realizou uma política de proteção aos anglicanos. Proibiu qualquer atividade dos puritanos, aos domingos, autorizando os jogos públicos dominicais.

Oliver Cromwell era um fervoroso adversário do anglicanismo, do catolicismo e do poder real.  Em 1628, foi eleito membro do Parlamento e destacou-se pela defesa do puritanismo e pelos ataques à hierarquia da Igreja da Inglaterra.

Em 1629, diante dos conflitos entre o rei Carlos I e o Parlamento, o rei resolveu dissolvê-lo e iniciar um governo pessoal que os ingleses denominaram de “tirania dos onze anos” (1629-1640).

O começo da Revolução Inglesa

A Revolução Inglesa teve início na Escócia, em 1637. Pobre e escassamente povoada, a Escócia ainda era um conjunto de clãs que mantinham certa autonomia em relação ao Estado.

Haviam adotado o calvinismo sob a forma presbiteriana, e a tentativa de Laud estendendo a organização anglicana aos escoceses, foi o estopim da revolução.

O Parlamento de Edimburgo foi proclamado como única autoridade na Escócia. Os Exércitos foram convocados e ocuparam todo o norte da Inglaterra.

O rei Carlos, sem condições de esmagar a revolta, em 1640, convocou o parlamento a fim de solicitar recursos para organizar um poderoso exército. Cromwell  automaticamente retornou ao cargo na câmara dos comuns.

Aproveitando-se das vitórias dos escoceses e da situação crítica do rei, o Parlamento apresentou suas exigências, apoiado por grande parte da população de Londres.

O conde de Strafford e o Arcebispo Laud foram condenados à morte e executados. Aboliram-se as taxas para a Marinha e os tribunais especiais. Decretou-se que o rei não poderia dissolver o Parlamento.

Agitavam-se as ruas e praças de Londres com brigas entre oficiais e o povo, entre os cavaleiros, partidários do rei e os “cabeças redondas” - como eram chamados os puritanos.

Carlos I exigiu da Câmara dos Comuns a entrega dos principais líderes da oposição, mas não foi atendido e não conseguiu prendê-los.

A partir de então, ficou declarada a "guerra entre o Parlamento e o rei, ou entre a burguesia e os senhores feudais, ou ainda, entre os puritanos e os anglicanos."

Guerra Civil Inglesa

Em 1642 eclodiu a Guerra Civil Inglesa. O líder do Parlamento era Cromwell, que convencido de ser um instrumento de Deus, encarou como essencialmente religioso o conflito.

No ano seguinte Cromwell reformou o exército do Parlamento e organizou um regimento de cavalaria, os “Ironsides”, que se tornou célebre por sua disciplina e seu fanatismo religioso.

A guerra durou sete anos (1642-1649). "Ao lado do rei estava a maioria dos nobres e latifundiários, os católicos e os fieis anglicanos."

"Entre os adeptos do Parlamento, na maior parte puritanos e presbiterianos, contavam-se os pequenos proprietários de terra, os comerciantes e manufatureiros."

Cromwell surgiu como grande chefe militar, e promovido a General derrotou as tropas reais na batalha de Marston Moor (1644).

Em 1645, com um novo exército, conquistou um número muito maior de seguidores e sob o comando de Thomas Fairfax, obteve as vitórias de Naseby e Langport, que derrotaram o exército real.

O rei fugiu para Escócia, mas dois anos depois foi capturado e levado para a Inglaterra pela quantia de 400 mil libras esterlinas.

Os conflitos continuam e o rei mais uma vez fugiu para a Escócia, onde recebeu o apoio dos presbiterianos, que de novo cruzaram a fronteira, mas agora a favor do rei.

Cromwell foi ao encontro dessas tropas e depois de vencê-las em 1648, prendeu o rei, trazendo-o para Londres.

Nesse mesmo ano, Cromwell ordenou o cerco ao Parlamento e expulsou mais de cem deputados presbiterianos. Iniciou-se o julgamento do rei, e Cromwell tudo fez para apressar a condenação de Carlos I.

O rei foi decapitado no Palácio de Whitehall, em 30 de janeiro de 1649, e me seguida foi proclamada a República. Oliver Cromwell tornou-se membro do Concelho de Estado, que deveria exercer o poder executivo da nova República.

Nos anos seguintes, Oliver Cromwell derrotou os inimigos na Escócia, na Irlanda e na própria Inglaterra.

Lord Protetor da Inglaterra, da Escócia e da Irlanda

Descontente com o Parlamento, por considerar seus membros corrutos e injustos, Cromwelll o dissolveu em 1653, pela força, e convocou outro, composto por puritanos.

Durante seu governo (1653-1658) Cromwell reorganizou a fazenda pública, fomentou a liberalização do comércio e reformou a igreja nacional segundo princípios de tolerância, embora perseguisse os católicos.

"Sob seu governo a Inglaterra assumiu a liderança dos países protestantes europeus".

Em 1654, Cromwell promulgou uma lei unificando a Inglaterra, a Escócia e a Irlanda num Estado único – a “Commonwealth”. Ao mesmo tempo, instaurou a ditadura, tomando o título de “Lorde Protetor do Estado Unificado”.

Em 1657, o ditador recusou o título de rei, mas aceitou a constituição conhecida como “Humble Petition and Advince” que lhe deu o direito de indicar um sucessor.

Morte e sucessão

Após a morte de Cromwell, seu filho "Ricardo" assumiu o poder, mas a insatisfação era geral, pois os realistas queriam a volta da monarquia e os republicanos não estavam satisfeitos com a monarquia disfarçada.

Em 1660, o Parlamento chamou de volta o "filho de Carlos I", que governou até 1685 com o nome de "Carlos II", restaurando a monarquia na Inglaterra.

Oliver Cromwell faleceu em Londres, Inglaterra, no dia 3 de setembro de 1658.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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