Júlio César
Biografia de Júlio César
Júlio César (100 a.C.- 44 a.C.) foi um militar, político e ditador romano. Seu objetivo era terminar com o regime republicano e implantar a monarquia.
Acumulou títulos, foi Pontífice Máximo, Ditador Perpétuo, Censor Vitalício e Cônsul Vitalício. Formou com Pompeu e Crasso o Primeiro Triunvirato. Durante dez anos procurou unificar o mundo romano.
Caio Júlio César (Caius Julius Ceasar) nasceu em Roma, Itália, em 12 ou 13 de julho do ano 100 a.C. Pertencia a uma família de patrícios os nobres de sangue e de terras, a elite romana, que se dizia descendente de Enéas.
Era sobrinho do general e político Caio Mário, e como todo aristocrata romano teve uma educação esmerada, aprendeu o grego e falava com fluência o latim.
Tornou-se um bom soldado. Atingiu a maioridade aos 16 anos e lutou na Ásia em alguns focos de resistência ao domínio romano. Seu objetivo era ser rei, por isso se aliou ao partido popular, que mais se prestava a seus objetivos.
A República Romana (509 a.C. a 27 a.C.)
Quando Júlio César nasceu, a República Romana já era a principal potência do Mediterrâneo, dominava a península itálica e parte da atual França, conquistara Córsega e parte da atual Espanha, cidades gregas da Sicília e anexara grande parte da Grécia e Macedônia.
A Guerra e a pirataria eram meios comum de se conquistar terras e acumular riquezas. Internamente, a luta de classe entre patrícios e plebeus marcaram os dois primeiros séculos da República.
Patrícios eram os nobres de sangue e de terras. Era a classe que lutava para preservar privilégios e defender seus interesses políticos e econômicos, mantendo a plebe sob sua dominação.
Plebeus eram os pequenos lavradores, comerciantes, artesões, gente sem antepassados, que lutaram durante muito tempo para tentar obter algum poder político.
As principais instituições políticas na República eram: Senado, Consulado e a Assembleia Centuriata.
Senado - órgão máximo do poder, restrito apenas aos "patrícios". Os senadores eram vitalícios e a eles competia decidir sobre a política externa e interna, aprovar as leis e assessorar os cônsules.
Consulado - composto por dois Cônsules eleitos para o mandato de um ano e com a responsabilidade de exercer o poder Executivo.
Assembleia Centuriata composta por centúrias (fileiras de cem soldados). Elegia os cônsules e outros magistrados, elaborava as leis, declarava a guerra e fazia a paz.
Guerra Civil
No contexto de disputas internas e ameaças externas emergiram alguns generais em Roma, entre eles, Caio Mário (157 a.C. 86 a.C.), membro do Partido Popular. Em 88 a.C. os populares, chefiados por Caio Mário iniciaram uma guerra civil, reduzindo a importância do Senado e restringindo o privilégio da aristocracia.
Com a morte de "Caio Mário" em 86 a.C., o general "Sila" foi proclamado ditador perpétuo. Sila limitou o poder dos tribunais da plebe e o da Assembleia Popular e duplicou o número de senadores. Sanguinário e ambicioso, mandava esquartejar os prisioneiros em pleno Senado.
Exílio
Foi à sombra desta sangrenta ditadura de Sila que Júlio César viveu seus primeiros anos de cidadão, como sobrinho do general Mário. Em 83 a.C., Júlio César casou-se com Cornélia, filha de Cinna, que exercia o poder em Roma e era um dos principais inimigos de Sila. Em 82 a.C. nasceu sua filha "Júlia".
Com essa união, César atraiu a inimizade de Sila, que ordenou que todos os casamentos políticos do partido derrotado fossem desfeitos. César foi obrigado a fugir e se exilou na Ásia Menor.
Com a morte de Sila em 78 a.C., Júlio César voltou para a Itália, que estava dominada pelo partido dos aristocratas. Júlio César, que apoiava o partido popular, acusou Cneu Dolabella, um dos mais ferozes partidários de Sila, de haver enriquecido à custa da corrupção. O Senado e o Cônsul Pompeu se opuseram às suas acusações, e mais uma vez, Júlio César teve que fugir para a Ásia.
Restauração da Democracia
Em 74 a.C. o rei de Ponto, Mitridates, recomeçou sua eterna guerra com Roma atacando alguns de seus aliados asiáticos. César envolveu-se na guerra e aproveitou para ganhar popularidade. Organizou um exército e, depois de enfrentar Mitridates foi nomeado "Pontífice".
De volta a Roma, durante o consulado de Pompeu e Marco Licínio Crasso, Júlio César contribuiu para abolir a constituição de Sila. Como um extraordinário orador conquistou o povo, o que o auxiliou em sua ascensão política. Em 69 a.C. foi eleito "Questor" (encarregado da administração do dinheiro público).
Nessa mesma época, morreu sua mulher. Em 68 a.C., César casou-se com Pompeia, parente distante de Pompeu. Em 65 a.C. foi nomeado "Edil" (encarregado da conservação pública, do policiamento e abastecimento da cidade), cargo que lhe permitiu ganhar ainda mais prestígio e se empenhar no embelezamento da cidade de Roma. Nessa época, organizou os jogos públicos: corridas de cavalos, brigas de gladiadores e lutas com feras.

Em 62 a.C. Júlio César ganhou o cargo de Pretor e, no ano seguinte, deixou sua esposa e dirigiu-se à (Hispania Ulterior) como "Pretor" (responsável pela aplicação da justiça).
Primeiro Triunvirato
Em 60 a.C. com o apoio do exército, "Júlio César", "Pompeu" e "Crasso" assinaram um pacto pelo qual estabeleciam uma aliança e assumiram o comando de Roma com a formação do "Primeiro Triunvirato".
Essa aliança promoveu a divisão das províncias romanas entre os três generais, enfraquecendo o poder do Senado. Júlio César recebeu o comando da Gália, Pompeu o da Península Ibérica e Crasso da Síria.
Planejando monopolizar o poder, em 59 a.C., Júlio César foi eleito "Cônsul e foi para a Gália (território das atuais França e Bélgica), quando dedica-se à pacificação.
Entre 58 e 54 a.C. Júlio César submeteu os helvéticos, os germanos e os belgas, venceu os gauleses e ainda realizou uma expedição à Britânia, futura Grã-Bretanha, mas fracassou.
Depois da morte do general Crasso, na Síria, o último impedimento de César para chegar ao poder máximo era Pompeu. A oligarquia romana incentivou Pompeu a atacar César.
No comando de suas tropas, em 49 a.C., César dirigiu-se à capital depois de pronunciar a famosa frase A sorte está lançada, ante a iminente guerra civil". Os cruéis combates se sucederam, César dominou toda a península italiana e aniquilou as forças hispânicas de Pompeu.
Júlio César e Cleópatra
Após Pompeu se refugiar na Grécia, foi perseguido por Júlio César e fugiu para o Egito, onde foi assassinado por conselheiros de Ptolomeu XIII, que pretendia agradar o vencedor.
Nessa época, as duas irmãs de Ptolomeu XIII, Cleópatra e Arsinoé, disputavam o trono egípcio, com o irmão ainda menor. Todos disputavam os favores de Júlio César, dono da maior potência mediterrânea.
Conta a história, que Júlio César trancou-se em um palácio para decidir os nomes dos ministros de Ptolomeu XIII. Antes disso anistiou os partidários de Pompeu, pois precisava deles.
Alguns dias depois, recebeu um tapete enrolado e ao abrir, encontrou a jovem, bela e esperta Cleópatra, que se ofereceu a ele em troca da ajuda às suas pretensões políticas. Em seguida, César conseguiu que Ptolomeu concordasse em partilhar o trono com Cleópatra.
Depois da morte de Ptolomeu XIII, em 47 a.C., Arsinoé foi mandada prisioneira para a Itália. César e Cleópatra podiam desfrutar em paz a vitória. Cleópatra tornou-se rainha, mas o Egito passou a ser vassalo de Roma.
Júlio César Ditador Vitalício
Apoiado pela plebe urbana e pelo exército, Júlio César passou a acumular títulos, concedidos pelo Senado: Tornou-se "Pontífice Máximo" e passou a ser "Ditador Perpétuo" - o que lhe permitia reformar a Constituição.
Foi também "Censor Vitalício" - que lhe dava o direito de fazer a lista dos senadores. Foi ainda "Cônsul Vitalício" função com a qual exercia o "Imperium", ou seja, o comando do exército em Roma e nas províncias.
Lançando mão de todos os poderes, Júlio César deu início a numerosas reformas. Sufocou as guerras civis, iniciou a construção de obras públicas, promoveu festas para alegrar o povo e reorganizou as finanças.

Júlio César reformou o calendário, dando seu nome ao sétimo mês (julho) e introduziu um ano bissexto a cada quatro anos.
Porém, o autoritarismo, a anulação do poder do Senado, as reformas populares e a pretensão de restabelecer a monarquia levaram a aristocracia a conspirar contra César.
Assassinato de Júlio César
Após ter se proclamado "ditador vitalício", Júlio César centralizou todo o poder político em suas mãos, portanto, enfraqueceu o Senado.
Para tornar-se rei, título que era sinônimo de "traição" depois que o senado havia abolido a Monarquia, Júlio César aliou-se a seu sobrinho Marco Antônio, que instigou a plebe contra o Senado.
Em 44 a.C., Marco Antônio ofereceu a Júlio César um diadema de rei, em público, mas as manifestações foram tão intensas que Júlio recusou a oferta.
Inconformados com a situação, os defensores da República uniram-se sob a liderança de Caio Cássio e Marco Bruto, seu filho adotivo e protegido.

Júlio César acabou sendo vítima de uma conspiração da elite e foi assassinado nas escadarias do próprio edifício do Senado. Teria dito antes de cair: Até tu Bruto, meu filho!.
Júlio César morreu em Roma, Itália, no dia 15 de março, no ano 44 a.C.
Sucessão
A morte de Júlio César causou profunda comoção popular e o retorno das lutas civis só foram acalmadas com a formação do Segundo Triunvirato, formado pelos oficiais, "Marco Antônio", "Lépido" e Otávio.
Os oficiais terminaram entrando em conflito. Em 31 a.C, Otávio derrotou seus rivais e concentrou o poder em suas mãos, e se tornou o primeiro imperador romano com o nome de Otávio Augusto.
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