Wellington Virgolino

Wellington Virgolino (1929-1988) foi um importante pintor brasileiro, que se destacou por suas figuras de olhos grandes, ricas em detalhes e intensamente coloridas.

Wellington Virgolino nasceu no Recife, Pernambuco, no dia 19 de setembro de 1929, Embora tenha sido batizado “Virgulino”, com “u”, assinava suas telas com “W. Virgolino”, com “o”.

Ainda criança despertou o gosto pela pintura. Fazia uso de aquarelas e nanquim para desenhar caricaturas de seus colegas, professores e irmãos.

Cursou até o primeiro ano científico no Ginásio Pernambucano, o melhor colégio público da cidade. Na escola, conheceu e tornou-se amigo do pintor Vicente do Rego Monteiro, que lhe deu valiosos conselhos sobre pintura.

Ainda estudante, desenhava histórias em quadrinhos baseadas nos seriados do Aranha Negra, Flash Gordon, Jim das Selvas e o Fantasma Voador, que assistia nos cinema Politheama e no Ideal.

Carreira

Entre os anos de 1946 e 1947, com a colaboração do amigo Redomak Viana, teve suas histórias publicadas no Jornal Pequeno, publicado no Recife. Depois, passou a colabora com charges e desenhos para o mesmo jornal.

Entre 1949 e 1959, foi funcionário do escritório da Mala Real Inglesa, localizo na Rua do Bom Jesus, na região portuária da cidade do Recife.

Ainda na década de 50, Virgolino conheceu o pintor e escultor Abelardo da Hora, que em parceria com Hélio Feijó, planejou e fundou a Sociedade de Arte Moderna do Recife.

Foi aluno de Abellardo no Liceu de Artes e Ofícios de Pernambuco. Nessa época, junto com outros artistas, criou o Atelier Coletivo, instalado na Rua da Soledade, 57, no bairro da Boa Vista. Recebeu orientação de Carybé, Francisco Brennand e Lula Cardoso Ayres.

Aos poucos, o grupo começou a se dispersar e Virgolino montou seu atelier na casa de seus pais. Em 1955 casou-se com Marinete Alves de Souza e logo depois, instalou seu atelier em sua própria casa. Mais tarde, deixou seu emprego na Mala Real Inglesa e passou a se dedicar só à sua arte.

Virgolino foi desenhista e também escultor, mas se destacou na pintura participando de diversas exposições no Recife, Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro.

A partir de 1960 Virgulino começou a desenvolver uma técnica própria, depois de outras influências anteriores. No lugar de temas sociais, foi nascendo a partir de 1964, a fase lírica, que se caracterizou com figuras coloridas e de olhos grandes.

Obras de W. Virgolino

Virgolino imprimiu em seu imaginário lúdico fatos do cotidiano e passagens religiosas, entre elas destacam-se: “Nossa Senhora do Bom Parto”, “Santana Ensina Maria a Pescar” e “Meninos Brincando de Ceia Larga”.

As crianças são recorrentes na sua obra, como em “O Carro de Rolimã”, “A Menina e o Espelho” e “Saudando a Primavera” e “Carnaval”

Durante 19 anos, de 1969 a 1988, ano de sua morte, Virgolino foi artista exclusivo da Galeria Ranulpho, localizada na Rua do Bom Jesus, 125 - Bairro do Recife.

Na foto O Pintor e seu Marchant, óleo sobre tela colada em duratex (1981), está retratado o próprio pintor e Ranulpho, seu marchant.

Em 1982, Virgolino recebeu do governo do estado de Pernambuco a Comenda da Ordem do Mérito dos Guararapes.

Wellington Virgolino faleceu no Recife, no dia 29 de setembro de 1988. Em 1995 o Conselho Municipal de Cultura do Recife o homenageou com o troféu, Construtores da Cultura (in memoriam).

Entre outras obras de W. Virgolino destacam-se:

• A Vamp do Pedal (O Circo) (1971)
• O Soldado - Fantasia (1980)
• Pintor e Comendador (1982)
• Artista Prepara Auto Retrato (1985)
• Vendedor e Compradora de Cajus (1985)
• O Amigo da Menina do Dedo Duro (1986)
• Guardiã das Virgens de Água Fria (1986)
• Escolhendo o Par Perfeito (1986)
• Chá de Panela (1986)
• Moças com Bandeiras (1987)