Wilson Witzel

Wilson Witzel é advogado e político. Atuou durante 17 anos como juiz federal. Foi governador do Estado do Rio de Janeiro de 1 de janeiro de 2019 até seu impeachment em 30 de abril de 2021. 

Wilson José Witzel nasceu em Jundiaí, São Paulo, no dia 19 de fevereiro de 1968.

Formação

Depois de concluir o ensino médio, fez um curso técnico de topografia. Quando tinha 18 anos ingressou na Escola de Formação de Oficiais da Marinha e dois anos mais tarde se tornou fuzileiro naval. Permaneceu na Marinha até 1992, chegando ao posto de segundo tenente.

Em 1991 graduou-se em Tecnologia de Processamento de Dados pelas Faculdades Integradas Anglo Americano. Formou-se em Direito pelo Centro Universitário Metodista Benett em 1996. Concluiu o mestrado em Processo Civil pela Universidade Federal do Espírito Santo (2010) e um doutorado em Ciência Política pela Universidade Federal Fluminense (2019).

Atuação profissional

Witzel foi fuzileiro naval aos 20 anos e trabalhou no Instituto de Previdência do Município do Rio (Previ-Rio).

Foi defensor público e juiz federal durante 17 anos tendo atuado em uma série de varas criminais e fiscais nos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Atuou também como professor, e sócio de escritórios de advocacia. Foi ex-presidente da Associação dos Juízes Federais do Rio e do Espírito Santo.

Governador do Rio de Janeiro

Filiado ao Partido Social Cristão (PSC), Wilson Witzel nunca havia se candidatado a nenhum cargo público. Segundo ele:

A população está absolutamente decepcionada com a política. Eu sinto muita receptividade quando digo que sou juiz federal, que não sou político de carreira.

Em 2018, quando lançou a sua candidatura para o governo do Estado tinha, segundo pesquisa do Ibope, apenas 1% das intenções de voto. Sua campanha custou 2,6 milhões de reais, teve como vice Cláudio Castro e foi baseada na promessa de restauração da segurança pública e no extermínio da corrupção. Seus concorrentes principais na campanha foram Eduardo Paes e Romário.

Uma semana antes das eleições, sua popularidade começou a aumentar especialmente depois de ter recebido o apoio público de Jair Bolsonaro.

Witzel acabou por se eleger no primeiro turno com 41,28% dos votos tendo ido para a etapa seguinte com Eduardo Paes, ex-prefeito do Rio de Janeiro. 

No segundo turno venceu com 59,87% dos votos válidos (contra 40,13% de Eduardo Paes) e se tornou o sucessor de Pezão no governo estadual. 

Witzel é o primeiro governador não fluminense desde a eleição de Leonel Brizola. Apesar de ter nascido em São Paulo, vive no Rio de Janeiro desde os 19 anos.

No início do mandato, Witzel anunciou sua intenção de se candidatar à Presidência da República em 2022, fato que provocou o afastamento do presidente Jair Bolsonaro.

Em janeiro de 2022 o governador foi criticado pela demora em resolver um sério problema hídrico que ocorreu com a distribuição pela Cedae na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, que se apresentava turva e com mau cheiro.

Durante a COVID-19, vários membros do governo foram incluídos em um inquérito que apurou desvios de verbas na compra de respiradores. Na época, Witzel decretou sigilo aos contratos de emergência assinados pelo governo.

Em maio de 2020, a Polícia Federal deflagrou o “Operação Placebo” para investigar desvios de dinheiro público. Um dos alvos da operação foi a residência oficial do governador. A operação fez buscas na Secretaria d Saúde, no escritório de advocacia da primeira dama, Helena Witzel e do Secretário de Saúde e secretário Extraordinário de Acompanhamento da COVID-19. 

As investigações foram autorizadas pelo Supremo Tribunal de Justiça, sendo conduzida pela Procuradoria Geral da República. Witzel se defendeu das acusações dizendo estar sendo perseguido.

Impeachment

Wilson Witzel se tornou alvo de mais de dez processos de Impeachment na ALERJ. Teve sua base aliada esvaziada, contando apenas com cinco parlamentares governistas.

O processo ganhou mais força quando o secretário do governo, Lucas Tristão, divulgou que o governo produziu dossiês contra todos os 70 deputados da casa, além de outras denúncias de espionagem, sendo encontrado um grampo em um dos gabinetes do legislativo.

No dia 10 de junho de 2020, o presidente da casa, André Ceciliano, do PT, submeteu o plenário à uma votação simbólica de um pedido de impeachment por irregularidades no enfrentamento da COVID-19, feito pelos deputados estaduais Luiz Paulo e Lucinha, ambos do PSDB. O processo foi aberto com todos os 69 votos a favor.

Em agosto de 2020, o Witzel foi afastado temporariamente do cargo de governador por determinação do Superior Tribunal de Justiça. Em 30 de abril de 2021, o Tribunal Misto aprovou o impeachment e o afastou definitivamente do cargo, e o tornou inelegível em um período de cinco anos.

As acusações alegadas para o impeachment foram: suspeita de superfaturamento na aquisição de respiradores, licitação fraudulenta e atraso na construção dos hospitais de campanha, como também a rejeição das contas do governo do ano de 2019 pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro.

Casamento e filhos

O político é casado com a advogada Helena Witzel desde 2004.

Wilson tem quatro filhos. O primeiro, Erick, é fruto do primeiro casamento, os outros três são filhos do casamento com Helena.