Carlos V

Imperador do Sacro Império Romano Germânico
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Carlos V

Carlos V (1500-1558) foi Imperador do Sacro Império Romano-Germânico. No século XVI, chegou a ser o homem mais poderoso do mundo. Com 19 anos seu império era formado pela Áustria, Espanha, Alemanha, os Países Baixos, os reinos de Nápoles e da Sicília, a Lombardia, o Franco Condado, Artois, o Ducado de Milão e de terras do Novo Mundo conquistadas pela Espanha.

Carlos V nasceu em Gand, nos Países Baixos, no dia 24 de fevereiro de 1500. Filho de Filipe I, duque de Borgonha que se tornou rei de Castela, e de Joana I de Castela.

Pelo lado paterno, era neto do imperador da Alemanha e da Áustria Maximiliano I e de Maria de Borgonha. Pelo lado materno, era neto de Fernando II de Aragão e de Isabel I de Castela, os Reis Católicos.  

Infância e Juventude

Carlos ficou órfão de pai quando tinha seis anos de idade, e como sua mãe perdeu o juízo, ele foi criado pela tia Margarida da Áustria, irmã de Felipe e governadora dos Países Baixos, que pertencia ao império austríaco.

Carlos V foi educado pelo deão de Ultrecht, que mais tarde se tornaria o Papa Adriano VI, que lhe desenvolveu o sentimento religioso e o gosto por novas ideias. Seu preceptor, desde 1509, foi Guilherme Croy, o senhor de Chièvres, que lhe deu educação política e militar.

Quando estava com 16 anos de idade, morre seu avô Fernando I, Carlos então recebe de herança os reinos de Castela, Aragão e Navarra. Era dono de razoável cultura geral, falava fluentemente francês, e espanhol e dominava o italiano, inglês e alemão.

Rei da Espanha

Dois meses depois da morte de seu avô, Carlos é proclamado Rei Carlos I da Espanha. Mas como nunca tivesse ido à Espanha, encarrega o deão de Ultrecht, de governar aquele país.

A aristocracia local, insatisfeita com o fato de que o trono estivesse em mãos de um estrangeiro, acusa o regente de desviar os recursos do país, de ignorar os hábitos nacionais e oprimir a população.

Diante da crise, Carlos V decide partir para a Espanha e cuidar pessoalmente dos problemas, mas a insatisfação se agravou com a elevação dos impostos, sobre o clero, alegando que precisava recuperar as finanças espanholas.

Imperador do Sacro Império Romano-Germânico

Em 1519, os problemas espanhóis ficam em segundo plano, quando morre Maximiliano I, Imperador do Sacro Império Romano- Germânico. Herdeiro direto de Maximiliano, Carlos V recebe de herança a Áustria, os Países-Baixos, Flandres, Artois e o Franco Condado.

Como Maximiliano morreu sem regulamentar o processo de sucessão da Alemanha, que só se fazia por eleição, os sete príncipes iriam escolher o imperador. Para eleição, esses príncipes venderam seu voto. Carlos V empenhou 850 mil florins e derrotou Francisco I da França e Henrique VIII da Inglaterra.

Carlos V, com dezenove anos possui um império que engloba Áustria, Espanha, Alemanha, os Países Baixos, os reinos de Nápoles e da Sicília, a Lombardia, o Franco Condado, Artois, o Ducado de Milão e ainda as terras do Novo Mundo, conquistados pela Espanha.

A falta de um exército nacional, a falta de comunicação entre as várias regiões, a falta de recursos financeiros, o poder da nobreza e o nascimento de interesses nacionais, foram alguns dos motivos que dificultaram o sonho de Carlos V de formar um grande estado europeu, sob o domínio temporal, e sob a égide do poder espiritual representado pela Igreja Católica.

Revoltas contra Carlos V

Em 1520, explode, na Espanha, a primeira, de uma série de revoltas contra Carlos V. A ausência do rei foi um dos principais motivos. Na França, Francisco I resolve opor-se ao poderio de Carlos V. Invade a Itália, com o apoio das tropas suíças, mas acaba prisioneiro.

Em 1526, é obrigado a assinar um tratado pelo qual entrega a Borgonha a Carlos V, e renuncia a soberania sobre Artois e Flandres. Livre, Francisco I não desiste. Alia-se a Salomão I da Turquia, e inicia nova guerra com Carlos V, com perdas de ambos os lados. Margarida da Áustria e Luísa de Saboia, mãe de Francisco I, negociam a paz. A França recupera a Borgonha e desiste das pretensões sobre a Itália.

Casamento de Carlos V

Em 1527, do casamento de Carlos V com a princesa Isabel, de Portugal, nasce Filipe (1527-1598), que será o futuro rei da Espanha.  Em 1530, finalmente Carlos V é coroado Imperador do Sacro Império Romano-Germânico.

Lutas religiosas

As disputas religiosas também marcaram o império de Carlos V. Elas começaram em 1517, com o rompimento de Martinho Lutero com o Vaticano e o consequente início do protestantismo.

Em 1530, Carlos V exige dos príncipes alemães, muitos já convertidos ao protestantismo, que tratem de silenciar Lutero. Em resposta, os príncipes unem-se para enfrentar o imperador.

Em 1552, Carlos V tem que fugir para não ser preso durante um ataque coordenado por Henrique II da França e Maurício da Saxônia. Em 1555, a Dieta Imperial Alemã, reconhece a liberdade do culto aos protestantes.

Em 25 de outubro de 1556, Carlos V abdica. Deixa o reino Espanhol, os Países Baixos, o Franco Condado e a Itália, para seu filho Filipe II. A Áustria e a Alemanha são entregue a Fernando, seu irmão.

No dia 3 de fevereiro de 1557, retira-se para o mosteiro de São Jerônimo de Yustre, na Estremadura, onde dedica seu tempo a trabalhos de relojoaria e mecânica.

Carlos V faleceu no mosteiro de São Jerônimo, na Espanha, no dia 21 de setembro de 1558.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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