Carlota Joaquina
Biografia de Carlota Joaquina
Carlota Joaquina (1775-1830) foi Rainha Consorte de Portugal, esposa do Rei Dom João VI. Foi Rainha Consorte do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.
Carlota Joaquina (1775-1830) nasceu em Aranjuez, Espanha, no dia 25 de abril de 1775. Filha de Carlos IV e de D. Maria Luísa de Parma, Reis da Espanha.
Casamento
Em 1783, foi enviado o conde de Louriçal à corte da Espanha para pedir a mão da princesa Carlota, em nome da corte portuguesa. De imediato, como revelou em cartas particulares, o conde revelou antipatia pela jovem Carlota.
Após dois anos de negociações, no dia 8 de maio de 1785 é normalizado o contrato do casamento com o príncipe Dom João de Bragança, para selar a amizade entre os reis de Portugal, Dom Pedro III e Dona Maria I com os reis da Espanha.
Com apenas 10 anos de idade, a infanta da Espanha chega à corte de Portugal e, logo revela seu temperamento difícil. Nada fazia do que lhe mandavam, recusava-se vestir, era mal educada e preguiçosa, sendo apenas tolerada por sua tia D. Mariana.
Com o casamento consumado aos quinze anos, o casal teve oito filhos: Maria Teresa (1793-1874), Maria Isabel, Maria Francisca, Pedro de Alcântara, Isabel Maria, Miguel, Maria Assunção e Ana de Jesus (1806-1857).
A sede de poder de D. Carlota
Vários acontecimentos na corte portuguesa mudaram a vida do casal: em 1786, morre o rei consorte Dom Pedro III, em 1788 morre o herdeiro Dom José. Depois de perdas repentinas, Dona Maria I é acometida de crises nervosas.
Em 1792, Dom João teve que assumir o governo, mas esperando a cura da mãe, recusou-se a receber o título de Príncipe Regente.
Carlota Joaquina, fiel a origem espanhola, mantinha-se favorável aos interesses da Espanha e procurava conspirar contra o trono de Portugal. Em 1799, com o fim da Revolução Francesa que ameaçava as cortes europeias, Dom João resolveu receber o título de Príncipe Regente.
A maquiavélica sede de poder de D. Carlota teve origem ainda em 1799, quando D. João se recusou integrá-la no conselho de regência do reino.
O Príncipe se viu ameaçado por Carlota Joaquina que tentou assumir a regência, acusando Dom João de Incompetente. Escreveu a seu pai: “O príncipe cada dia piora da cabeça” e pediu a seu pai que “amparasse seus netos que não tem pai capaz de cuidar deles”.
Em 1801, Napoleão reabriu a luta com a Inglaterra e buscava aliados no continente e convenceu a Espanha a atacar Portugal tentando quebrar a aliança luso-inglesa.
Em 1805, Carlota organiza uma conspiração quando se une aos fidalgos para derrubar o regente. Descoberta a conspiração, o casal se separa e, D. Carlota é enviada para o Palácio de Queluz.
A partida para o Brasil
Envolvido no tumulto da política europeia e ameaçado diante das investidas de Napoleão, que iniciara uma marcha contra Lisboa, a família Real junto a uma enorme comitiva embarca em direção ao Brasil, no dia 29 de novembro de 1807.
D. Carlota Joaquina tentou por todos os meios evitar a partida para o Brasil, mas durante dois meses viveu o desconforto de um navio repleto de gente, onde escasseavam comida e água, além de enfrentar uma violenta tempestade que separou a esquadra.
No dia 7 de março de 1808, chegam ao Rio de Janeiro. Dom João, Carlota Joaquina e os filhos se instalam no palácio dos vice-reis, cujo pessoal foi desalojado.
A princesa não estava nada satisfeita por ter que se afastar da Europa. Ela amaldiçoava a cidade e externava publicamente sua antipatia e seu desprezo pela população local: o povo devia ajoelhar-se à sua passagem.
D. João procurava mantê-la afastada dos negócios o que a contrariava ainda mais. No dia 19 de agosto de 1808 Dona Carlota entrega a Dom João um documento ao qual deu o nome de “Justa Reclamacion” no qual apelava uma aliança com os vassalos do rei da Espanha existentes na América. Além disso, escreve aos administradores de Buenos Aires e Montevidéu.
Carlota Joaquina pretendia, como representante da família real, viajar para Buenos Aires e assumir a regência do trono espanhol no exílio. Mas seu plano fracassou com a independência das Províncias Unidas do Rio da Prata (mais tarde, Argentina).
Rainha de Portugal, Brasil e Algarve
No dia 6 de fevereiro de 1818, depois de dois anos da morte de Dona Maria I, Dom João é aclamado rei de Portugal, Brasil e Algarve. Livres da França, os portugueses esperavam a volta do rei, no entanto, Dom João não falava em voltar nem em revogar os decretos que equiparavam o Brasil a Portugal.
A rainha, Dona Carlota, insistia no retorno imediato da corte. No dia 26 de fevereiro de 1821, as tropas portuguesas dos quartéis do Rio de Janeiro se amotinaram e intimaram o rei a jurar a Constituição que ia ser redigida em Lisboa e a regressar imediatamente para a pátria.
O Retorno a Portugal
No dia 26 de abril de 1821 a família parte para Lisboa. Ao desembarcar em Lisboa, Dona Carlota Joaquina tira os sapatos e raspa-os nas pedras do cais. Aos representantes da corte que foram recebê-los, ela explica o ato: “Nem nos sapatos quero como lembrança a terra do maldito Brasil”.
Em Portugal, Carlota Joaquina se recusa em assinar a Constituição e por isso teve cassada a cidadania portuguesa. Confinada na quinta do Ramalhão, conspirou para a volta do absolutismo.
Com a morte do marido, ela levou o filho Dom Miguel I a se apoderar da coroa, que lhe seria tirada posteriormente por Dom Pedro I do Brasil. (Dom Pedro IV de Portugal).
Carlota Joaquina Teresa Caetana de Bourbon e Bourbon faleceu em Lisboa, Portugal, no Palácio de Queluz, no dia 7 de janeiro de 1830.
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