César Borgia

Estadista italiano
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de César Borgia

César Borgia (1475-1507) foi um estadista italiano, hábil general, um dos mais ambiciosos comandantes das forças políticas do papado de Alexandre VI. Seu lema era “Ou César ou nada”. Foi o homem que inspirou a obra “O Príncipe” de Maquiavel.

César Borgia nasceu em Roma, Itália, no dia 13 de setembro de 1475. Filho do cardeal Rodrigo Borgia e de sua amante Vannozza Catanei. Bem cedo, os irmãos Borgia: Giovanni, César, Lucrécia e Godofredo, foram retirados da companhia da mãe para receberem uma educação a altura da família do pai.

César Borgia teve uma educação orientada para a igreja graças a uma bula de 1480 pela qual Sisto VI o livrou da “mancha de bastardia”. Em 1492, seu pai assumiu o papado com o nome de Alexandre VI. Nesse mesmo ano, com 17 anos, César Borgia foi nomeado arcebispo de Valencia, na Espanha, e cardeal em 1493.

Assassinato de Giovanni Borgia

Em 1497, Alexandre VI, o grande mediador da Itália, reivindica os direitos da Santa Sé sobre o ducado de Benevento, que seria concedido a seu filho Giovanni Borgia, duque de Gândia. Em 8 de junho, César Borgia é nomeado legado da Santa Sé para a coroação do rei de Nápoles. Com ele seguiria seu irmão Giovanni, para tomar posse do ducado. Na véspera da partida, Giovanni é encontrado morto, com a garganta cortada.

O assassino do duque nunca foi encontrado, mas o nome de César foi muitas vezes citado, uma vez que as relações entre os irmãos não era nada amigável. Após a morte de Giovanni, Céser abandonou a carreira eclesiástica e assumiu a direção dos assuntos políticos do papado. Em 1498, como legado papal, vai à França firmar aliança com Luís XII em troca da anulação do casamento deste.

Conquistas e Mortes

Nesse mesmo ano, César Borgia casa-se com Charlotte d’ Albret, irmã de João III de Navarra. No ano seguinte empreende a conquista de diversos territórios da Itália central para os Borgia, a pretexto que seus senhores não cumpriam as obrigações feudais. Com soldados mercenários, conquista Ímola, Capua, Romagna, Urbino, Rimini e Faenza.

Para garantir a expansão dos Borgia, César usa de todos os meios, desde a traição até o assassinato de seus opositores. Em 1500 manda matar o segundo marido de sua irmã Lucrécia, um dos últimos descendentes da casa napolitana de Aragão. Elimina os Montefeltro, de Urbino, e em 1503, quando se preparava para eliminar também a família Orsini, a morte súbita de Alexandre VI interrompe seus planos.

O novo papa, Júlio II, era inimigo implacável dos Borgia. Depois de retomar as terras conquistadas na Romagna, Júlio II manda prender César Borgia e o leva para a Espanha, primeiro para o castelo de Chinchilla, próximo de Valencia, depois para Medina del Campo. Em 1506, César foge e procura proteção junto ao cunhado, rei de Navarra. Em 1507, é ferido em um cerco de rebeldes de Navarra.

César Borgia morre em Viana, no Reino de Navarra, Espanha, no dia 12 de maio de 1507. Seu corpo foi sepultado na Igreja de Santa Maria de Viana, em Navarra, Espanha.

Lucrécia Borgia

Embora a história a acuse de extremos de maldade, na verdade, Lucrécia foi um instrumento político nas mãos do pai e do irmão César Borgia. Com 11 anos foi prometida em casamento, sucessivamente a dois nobres espanhóis, mas em 1493 casa-se com Giovanni Sforza, com o objetivo de combater a dinastia aragonesa de Napóles. Quatro anos depois o casamento é anulado.

Em 1498 ocorre o segundo casamento arranjado de Lucrécia, era o duque Afonso de Biscegli, filho de Afonso II de Nápoles, que é assassinado por servos de César Borgia. Seu terceiro casamento foi com Afonso d’Este, primogênito do duque de Ferrara, graças as manobras de César.

Maquiavel

César Borgia foi o homem que inspirou Maquiavel a escrever sua obra máxima “O Príncipe”, pois viu nele um modelo para os demais governos da época. Em três anos o comandante italiano conseguiu conquistar terras que eram disputadas há vários anos. Conseguiu consolidar sua reputação na Itália, Espanha e França. Tornou-se um dos mais poderosos homens de seu tempo, ao ponto de despertar a admiração de Maquiavel, apesar das atrocidades que cometeu para conseguir o que queria.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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