Claude Debussy

Compositor e pianista francês
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Claude Debussy

Claude Debussy (1862-1918) foi um compositor revolucionário e um pianista francês, mentor e principal criador de um original estilo de música inspirado nos ideais da pintura impressionista.

Claude Achille Debussy nasceu em St. Germain-em-Laye, França, no dia 22 de agosto de 1862. Com nove anos mudou-se com a família para Paris, onde começou a estudar piano, mas não pensava em uma carreira musical.

Sua vocação foi descoberta pela pianista Madame Mauté de Fleurville que o preparou para o Conservatório de Paris, onde foi admitido em 1873, com apenas 11 anos de idade.

No Conservatório, adquiriu fama de revolucionário, chamou a atenção dos professores e seu talento chegou aos ouvidos da milionária russa Nadesda von Meck, protetora de Tchaikovsky.

Em 1879, aos 17 anos, foi convidado para acompanhá-la como pianista de câmara e professor de piano dos seus filhos durante as viagens de verão da família, através da França, Suíça e Itália. Nesta viagem conheceu grandes músicos como Wagner e Liszt.

De volta ao conservatório, Debussy estudou composição para concorrer ao Grande Prêmio de Música de Roma, um dos mais importantes concursos europeus da época. Em 1884 venceu o concurso com a cantata “O Filho Pródigo”.

Como prêmio, Debussy recebeu uma bolsa de estudos em Roma. Durante três anos passados na Villa Médicis, conviveu com a alta sociedade e frequentou uma vasta biblioteca da academia, mas não sentiu nenhuma inclinação pelo classicismo romano. Ainda em Roma, iniciou a cantata “La Demoiselle Élue” (1877).

De volta à França em 1887, com novas perspectivas, Debussy passou então a dar mais importância aos acordes isolados, timbres, pausas e ao contraste entre registros. Queria compor com liberdade, fugindo das regras tradicionais.

Em 1899, Claude Debussy casa-se com a costureira Rosalie Texier. O relacionamento durou cinco anos e atravessou um tumultuado divórcio depois que Rosalie tentou se matar ao saber que Debussy tinha outra mulher, a rica e sofisticada Emma Bardac, com quem teve uma filha em 1905.

O Reconhecimento de Debussy como compositor só veio em 1902, com a estreia da ópera “Pélleas et Mélisande, em Paris.

Em 1905, Claude Debussy escreveu “La Mer”, em homenagem a sua filha, uma obra prima de orquestração. A fama crescente do músico o levou para Londres (1909), Viena e Budapeste (1910), Turim (1911), Rússia (1913-14) e Holanda e Roma (1914), para dirigir suas próprias composições.

Seu último trabalho, a “Sonata para Violino e Piano” (1915) foi executada em maio de 1917, com ele no piano. Em setembro desse mesmo ano, apresentou essa peça na cidade de Saint-Jean-de-Luz, na França, a última vez que se apresentou em público.

Claude Debussy faleceu em Paris, França, no dia 25 de março de 1918, em consequência de um câncer diagnosticado em 1909.

Características da obra de Debussy

Considerado durante muito tempo como autor literário, por causa de sua ligação com a poesia simbolista e com o impressionismo, foi reconhecido mais tarde como inovador em termos propriamente musicais.

Na obra de Debussy, a música libertou-se dos cânones tradicionais das repetições e das cadências rítmicas. Desobedecendo também as normas da harmonia clássica, ele deu excepcional importância aos acordes isolados, aos timbres, às pausas e ao contraste entre registros.

Todas essas características configuram uma nova concepção de construção musical executada por Claude Debussy.

Divisão da música de Debussy

Obras para orquestra:

A música orquestra de Debussy é a que melhor corresponde a sua imagem de impressionista. Em 1894, a obra “Prelúdio à Tarde de Um Fauno”, causou estranheza pela falta de melodia.

Os Nocturnes (1893-1899) “La Mer e Images Pour Orchestre” (1909) apresentam uma construção harmônica aparentemente desarticulada e de grande liberdade melódica.

Música de câmara e para instrumentos solistas

Em 1893 Debussy compôs o quarteto de cordas em sol menor, obra singular do quarteto clássico de Beethoven. “As Três Sonatas” (1915-1917), para instrumentos diversos, das quais a mais importante é a sonata para piano e violino, são obras com asperezas inexistentes em suas músicas anteriores.

Nessas composições da época da primeira guerra mundial ele rejeita os princípios da sonata clássica vienense e recupera a forma cíclica da sonata francesa.

Entre as composições para instrumento de solo destaca-se, “Syrinx” (1912) para flauta desacompanhada.

Música para piano

Das músicas para piano são conhecidas principalmente as coleções “Suite Bergamasque, Estampes” (1903), “Images” (1905-1907), dois cadernos de prelúdios e doze estudos.

Nas últimas peças para piano, sua obra torna-se mais abstrata e mais áspera, na pesquisa de novos timbres. Só retorna às fontes clássicas francesas em “Seis Epígrafes Antigas” e em “Branco e Preto”, ambas de 1915.

Canção e música coral

Claude Debussy iniciou sua carreira compondo música vocal e continuou assim até os últimos anos de criatividade. Entre as coleções mais célebres estão as musicalização de poetas como “Os Cinco Poemas de Baudelaire” (1887-1889), as “Arietas Esquecidas”, de Verlaine, e as “Três Baladas de François Villon” (1913).

Obras cênicas

Em 1902, ao estrear a ópera “Pelléas et Melisandre”, sobre o texto de Maurice Maeterlinck, causou estranheza, era quase uma antiópera, na qual o autor voltou-se contra toda tradição dramática de Berlioz a Wagner.

Bem mais tarde, apresentou “Le Martyre de Saint Sebastien” (1911) uma obra mais insólita, e o balé “Jogos” (1912) de surpreendentes inovações e grande complexidade harmônica. Em “A Caixa de Brinquedos” (1919) percebe-se uma grande sensibilidade infantil.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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