Giorgio Morandi

Pintor italiano
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Giorgio Morandi

Giorgio Morandi (1890-1964) foi um dos maiores pintores italianos do século XX. Mestre das naturezas-mortas e das paisagens silenciosas e estáticas.

Giorgio Morandi (1890-1964) nasceu em Bolonha, Itália, no dia 20 de julho de 1890. Em 1907 ingressou na Escola de Belas Artes de Bolonha, onde iniciou seus estudos. Após a morte de seu pai, em 1909 mudou-se com sua mãe e irmãs para a via Fondazza. Tornou-se o chefe da família.

Suas primeiras pinturas e gravuras são de 1911 e 1912 e trazem grande influência de artistas do Renascimento italiano, como Caravaggio, Giotto e Uccello, e de artistas contemporâneos como Picasso, Braque e Cézanne. Em 1914 foi nomeado instrutor de desenho para escolas elementares em Bolonha, cargo que ocupou durante quinze anos.

Ainda em 1914, Morandi participou da primeira Exposição Futurista em Florença. Em 1915, durante a Primeira Guerra Mundial, Morandi foi incorporado ao Exército, mas adoeceu gravemente a abandonou a corporação. Entre 1918 e 1922, ao conviver com Giorgio De Chirico, passou a integrar o movimento da Pintura Metafísica, que defende a tradição clássica italiana e contesta os movimentos de vanguarda. Em 1930 passou a lecionar na Academia de Belas Artes de Bolonha, onde permaneceu durante vinte e seis anos.

Apesar de não seguir uma cartilha tradicionalista, Morandi era devoto dos valores plásticos da pintura italiana antiga, principalmente dos anos 1300 e 1400, época da qual era um grande estudioso. Admirava especialmente as obras de Piero dela Francesca e Lorenzetti. Além disso, tinha verdadeira fixação pelas linhas austeras da arquitetura greco-romana, em sua alternância de colunas e espaços vazios.

Duas obras do autor são exemplos bem acabados das paisagens “morandianas”: “Paesaggio a Gizzana” (1932) e “Paesaggio com Strada Bianca” (1941). Na primeira, a natureza é retratada por meio de figuras geométricas traçadas com pinceladas leves. Na segunda, um céu sem nuvens e construções que lembram caixas são as únicas interferências em um cenário solitário. Desse mesmo período são as naturezas-mortas com cores sombrias e formas fossilizadas para sugerir o silêncio mais cruel que a II Guerra pode provocar.

Pouco a pouco, Morandi constrói um caminho próprio, depois de trilhar uma trajetória única de precisão e rigor, seguindo ao lado dos grandes movimentos estéticos do século XX sem realmente se fixar em nenhum deles. O artista passa a investigar o poder expressivo dos objetos do cotidiano, das cores sombrias e as variações de luz e o impressionante domínio técnico. Morandi se tornou um mestre da natureza-morta e das paisagens silenciosas e estáticas.

Giorgio Morandi passava curtas temporadas de verão em Grizana, na Itália, onde mais trabalhava do que descansava, porque dizia encontrar por lá a paz e o silêncio necessários à pintura. Era um homem de poucos amigos e levava uma existência quase monástica. Era avesso a reuniões sociais e tinha um temperamento difícil.

Giorgio Morandi faleceu em Bolonha, Itália, no dia 18 de junho de 1964.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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