Jerônimo de Albuquerque Maranhão
Biografia de Jerônimo de Albuquerque Maranhão
Jerônimo de Albuquerque Maranhão (1548-1618) foi um militar colonial brasileiro. Conquistou a cidade de São Luís na luta contra os franceses. Foi nomeado capitão-mor do Maranhão e acrescentou Maranhão ao seu nome. Foi também agraciado com o título de Cavaleiro Fidalgo da Casa Real.
Jerônimo de Albuquerque Maranhão nasceu na vila de Olinda, em 1548. Era filho de Jerônimo de Albuquerque e da índia Maria do Espírito Santo. Era sobrinho de D. Brites de Albuquerque. Estudou no colégio dos jesuítas e logo se dedicou a carreira das armas.
Expulsão dos franceses da Paraíba
Com 20 anos, Jerônimo de Albuquerque participou de sua primeira expedição, que se dirigiu à região do atual estado da Paraíba, para expulsar os franceses que de lá ameaçavam a capitania de Pernambuco. Expulsos da região, os franceses se concentraram no litoral da capitania do Rio Grande.
Expulsão dos franceses do Rio Grande
Em 1597, Jerônimo foi escolhido para comandar uma companhia de infantaria que foi enviada para conquistar o Rio Grande, capitania dominada pelos franceses e seus aliados os índios potiguares.
Após transporem a divisa com a Paraíba, os soldados foram atacados por violenta epidemia de varíola e boa parte dos homens tiveram que voltar. Jerônimo seguiu com grande parte de sua companhia, e em princípios de 1598 desembarcam na margem direita do rio Grande.
Logo iniciou a construção do forte dos "Reis Magos", em posição estratégica para a defesa da região. Também fundou o engenho Cunhaú, na várzea do rio do mesmo nome, engenho que ficou na propriedade da família por séculos.
Numerosos combates foram travados até que chegam reforços da metrópole e da Paraíba. Depois que os Franceses e os índios foram afastados, foi concluída construção do Forte dos Reis Magos. Jerônimo tomou posse da capitania no dia 24 de junho de 1598.
Construção da cidade de Natal
Filho de uma índia, Jerônimo tratou de entrar em contato com os principais chefes indígenas da região. Capturou o chefe Ilha Grande e lhe pediu que fosse propor paz aos seus homens.
Obtida a pacificação, Jerônimo preocupou-se com a fundação do povoado. No dia 25 de dezembro de 1599 ergueu o pelourinho e a igreja matriz. Mais tarde o povoado se transformou em vila e depois em cidade com o nome de Natal
Em 1603, o Rio Grande obteve o foro de capitania real e Jerônimo foi nomeado seu capitão-mor por seis anos.
Naquela ocasião foi também agraciado com o título de Cavaleiro Fidalgo da Casa Real. Era a primeira vez que um mameluco recebia tal distinção.
Expulsão dos franceses do Maranhão
Os franceses estavam instalados no Maranhão desde 1595 onde pretendiam fundar uma colônia permanente - a França Equinocial. Em 1612, o francês Daniel de la Touche, o Senhor de La Ravardière fundou a povoação de São Luís, que deu origem a cidade de São Luís, hoje capital do Maranhão, em homenagem ao rei Luís XIII.
A povoação e o forte estavam situados em uma ilha do golfão maranhense entre as baias de São José e de São Marcos.
Nessa época, os portugueses obedeciam às ordens do rei de Portugal Felipe II (III da Espanha) e diante da ameaça de perderem parte de sua colônia, portugueses e espanhóis se uniram para enfrentar os invasores.
Em 1613, Jerônimo de Albuquerque recebeu a difícil tarefa de expulsar os franceses do Maranhão. Guerreiro experiente, filho de uma índia e descendente da fidalguia pernambucana inspirava confiança de "Alexandre de Moura", governador da capitania de Pernambuco.
Jerônimo reuniu um bom número de soldados e índios e partiu do Rio Grande em uma expedição por mar. Lá chegando, fundou a fortificação de "Nossa Senhora do Rosário", no local conhecido como Buraco das Tartarugas.
Percebendo que não tinha forças suficientes para lutar com o grande número de franceses, que ainda contava com o apoio dos índios, resolveu buscar reforços.
Voltou para Pernambuco e em seguida, já com reforços, retornou para o Maranhão e se instalou na Bahia de São Marcos, onde fundou o arraial de "Santa Maria".
O ataque aos franceses aconteceu no dia 19 de novembro de 1614, quando não houve vencido nem vencedor. Os chefes militares resolveram transferir para as cortes de Madri e de Paris, a decisão sobre quem teria direito sobre o Maranhão.
Porém, a Espanha determinou o envio de uma esquadra, que logo que chegou iniciou o ataque, travando uma batalha em que os franceses foram derrotados no dia 2 de novembro de 1615.
Com a vitória dos hispano-portugueses, Jerônimo foi nomeado capitão-mor do Maranhão. Durante dois anos, entre parentes e descendentes, exerceu o cargo de governador da Capitania do Maranhão e acrescentou Maranhão ao seu nome, que transmitiu a todos os seus descendentes.
São Luís é a única cidade brasileira cujo nome é uma homenagem a um soberano estrangeiro.
Jerônimo de Albuquerque Maranhão faleceu no Rio Grande, no ano de 1618.
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