José Mariano
Biografia de José Mariano
José Mariano (1850-1912) foi um político, líder abolicionista e jornalista polemista brasileiro. Contemporâneo de Joaquim Nabuco foi o principal articulador de suas campanhas políticas.
José Mariano Carneiro da Cunha nasceu no Engenho Caxangá, no município de Ribeirão, Pernambuco, no dia 8 de agosto de 1850. Filho de uma família tradicional e patriarcal do açúcar, ainda jovem, foi morar no Recife e ingressou na Faculdade de Direito. Logo, começou a viver as agitações políticas resultantes da propagação das ideias abolicionistas entre os estudantes.
Participava de reuniões políticas, comícios e festas. Foi o período em que frequentava a Faculdade diversos jovens que que viriam a ter grande importância na vida brasileira como Joaquim Nabuco, Rui Barbosa, Castro Alves, Tobias Barreto e Francklin Távora. Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais no dia 28 de janeiro de 1870.
José Mariano iniciou sua carreira política no Partido Liberal, ao lado de Afonso Olindense, João Barbalho Uchoa Cavalcanti, João Francisco Teixeira, João Ramos, José Maria de Albuquerque Melo, Luís Ferreira Maciel Pinheiro e juntos traçaram as bases do que viria a ser o Movimento Abolicionista de Pernambuco.
No jornalismo, José Mariano fundou o jornal A Província, que iniciou sua circulação em 6 de setembro de 1872, circulando duas vezes por semana, representando o Partido Liberal de Pernambuco. A publicação começou fazendo oposição ao bispo de Olinda, Dom Vital Maria Gonçalves de Oliveira, no episódio denominado Questão Religiosa.
No confronto das ideias de católicos e maçons, diversas vezes, as palavras se transformavam em luta armada que tomava conta das ruas da cidade. As lutas só cessaram com a condenação e prisão do bispo Dom Vital, em 2 de janeiro de 1874, e sua transferência para o Arsenal de Guerra do Rio de Janeiro. A partir de 1 de outubro de 1873, A Província se transformou em jornal diário, tendo como seu redator-chefe José Maria de Albuquerque Melo.
No dia 8 de outubro de 1884, junto com outros abolicionistas, fundou a associação secreta "Clube do Cupim, cujo estatuto, lançado em reunião na Igreja das Graças, dispunha de um único artigo: libertar os escravos por todos os meios. Os dezenove membros iniciais se escondiam sob os pseudônimos referentes aos nomes dos estados da federação, o de José Mariano era Espírito Santo.
Segundo o Historiador Flávio Guerra, na casa de José Mariano, no bairro do Poço da Panela, no Recife, sua esposa Olegária Gama Carneiro da Cunha, apelidada de mãe dos pobres, dava todo o apoio aos escravos fugidos das senzalas ou alforriados, muitos deles eram escondidos em barcos e levados pelo rio Capibaribe que passava no fundo da casa-grande. Muitos escravos eram levados para a Província do Ceará, que já emancipara os cativos desde o ano de 1872. Essa luta teve seu fim quando em 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea.
José Mariano foi deputado federal e provincial em várias legislaturas. Com o advento da República em 1889, permaneceu nas atividades partidárias, apoiando o primeiro governador de Pernambuco o coronel José Cerqueira de Aguiar Lima, porém, sempre insatisfeito com as retaliações feitas à província de Pernambuco.
No dia 5 de novembro de 1893, se mostrando contra o regime do segundo presidente republicano, o Marechal Floriano Peixoto, José Mariano publicou na edição do jornal A Província um manifesto apoiando a Revolta da Armada, que ocorria no Rio de Janeiro, no qual pedia: É preciso que a nação inteira se levante e faça uma última intimação ao Marechal Floriano Peixoto para que deixe o poder, pelo bem da paz e salvação da República.
No dia 14 de novembro do mesmo ano, José Mariano foi preso e em seguida levado para o Forte do Brum, no centro do Recife, transferido depois para a Fortaleza da Laje, no Rio de Janeiro. Mesmo preso, foi candidato às eleições federais de 1º de março de 1895, elegendo-se deputado a si e aos seus companheiros de chapa do 1º Distrito Eleitoral de Pernambuco. No dia 4 de março, o redator chefe da Província foi assassinado. Ao ser libertado, Mariano foi recebido com grande festa no Recife.
Após a morte de sua esposa, no dia 24 de abril de 1898, José Mariano se afastou da vida pública. Em 1899 foi nomeado Oficial do Registro de Títulos, pelo Presidente Rodrigues Alves. Recebeu um Cartório de Títulos e Documentos localizado na Rua do Rosário, no Rio de Janeiro e se recolheu aos afazeres notariais.
José Mariano faleceu no Rio de Janeiro, no dia 8 de junho de 1912. Seu corpo foi embalsamado e levado para o Recife, a bordo do navio Ceará. Em sua homenagem, a câmara de vereadores do Recife, em 1940, recebeu o nome de Casa de José Mariano. Seu nome também é lembrado com seu nome em uma das margens do rio Capibaribe, o Cais José Mariano. No largo do Poço da Panela foi erguido um busto do abolicionista, junto com uma estátua de um escravo liberto.
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