Rodrigues Alves

Ex-presidente do Brasil
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Rodrigues Alves

Rodrigues Alves (1848-1919) foi o 5.º presidente do Brasil, exerceu o cargo entre 15 de novembro de 1902 e 15 de novembro de 1906. Recebeu da Princesa Isabel o título de "Conselheiro do Império" Fundou a Faculdade de Medicina de São Paulo. Foi deputado provincial, deputado geral e Ministro da Fazenda.

Infância e Formação

Francisco de Paula Rodrigues Alves nasceu na Fazenda do Pinheiro Velho, Guaratinguetá, São Paulo, no dia 7 de julho de 1848. Filho do português Domingos Rodrigues Alves e de Isabel Perpetua de Martins, filha de fazendeiros da região, iniciou seus estudos em Guaratinguetá e, em 1859 ingressou no internato da Escola Imperial D. Pedro II, no Rio de Janeiro. Aluno exemplar tirava nota máxima em todas as matérias.

Em 1866, Rodrigues Alves ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo. Participava ativamente da vida acadêmica, era redator-chefe do jornal e orador do Núcleo Jurídico. Em 1870, já formado, fundou, junto com Rui Barbosa e Luiz Gama, a "Fraternidade Primavera", associação abolicionista para advogar causas dos escravos.

Carreira política

Em novembro de 1870 filiou-se ao partido "A Opinião Conservadora". Exerce as funções de promotor de justiça e juiz municipal em Guaratinguetá. Foi eleito deputado provincial para a Assembleia Legislativa paulista, exercendo o cargo entre 1872 e 1975. No dia 11 de setembro de 1875, casou-se com sua prima Ana Guilhermina de Oliveira Borges. Com a sogra e o irmão criou uma firma destinada à expansão da cultura cafeeira.

Entre 1878 e 1879, exerceu o segundo mandato na Assembleia paulista. Terminada a legislatura retornou para Guaratinguetá. Em 1885 foi eleito deputado geral. Em 1887 foi nomeado presidente da província São Paulo. Pelos relevantes serviços prestados ao Império, recebeu da Princesa Isabel, então regente, o título de "Conselheiro". Entre os anos de 1888 e 1889, exerceu novamente o cargo de deputado provincial.

Após o advento da República, Rodrigues Alves foi chamado para assumir a pasta da Fazenda na presidência de Floriano Peixoto, seguindo para o Rio de Janeiro. Nessa época, morreu sua esposa, deixando oito filhos. Em 1892, pediu demissão do cargo, mas depois de dois anos, retornou às funções, chamado pelo presidente Prudente de Morais. Em 1900 foi eleito novamente presidente da província de São Paulo.

Presidente da República

Em março de 1902, Rodrigues Alves foi eleito o 5.º presidente do Brasil sendo o terceiro presidente civil, sucedendo a Campos Sales. Durante seu governo, o Rio de Janeiro, então a capital do país, passou por um processo de modernização e urbanização.

Urbanização do Rio de Janeiro

No governo de Rodrigues Alves a urbanização da cidade do Rio de Janeiro ficou a cargo do prefeito Pereira Passos, que efetuou várias desapropriações para construção de praças e alargamento de ruas, desabrigando milhares de pessoas. Nessa época, surgiram novos bairros, como Copacabana, na zona sul.

O Caso do Acre

Para a pasta das Relações Exteriores foi nomeado o Barão do Rio Branco, período que foi marcado pela solução de uma grave pendência relativa à fronteira Brasil-Bolívia, compreendendo a vasta região do Acre. Pelo "Tratado de Petrópolis", assinado em 17 de novembro de 1903, a região do Acre foi incorporada definitivamente ao Brasil. A Bolívia e a companhia norte-americana Bolivian Syndicate, concessionária da exploração do rico território, recebeu uma indenização, e o Brasil ainda se comprometeu a construir a estrada de ferro Madeira-Mamoré.

A Revolta da Vacina

O saneamento do Rio de Janeiro ficou a cargo do médico sanitarista Oswaldo Cruz, que procurou combater a febre amarela, a peste bubônica e a varíola, doenças que matavam milhares de brasileiros anualmente.

Para combater o mosquito e o rato transmissores de algumas das principais doenças, foi necessário acabar com a sujeira e o lixo acumulado nas ruas, nos quintais e nos portos.

No combate à febre amarela, Oswaldo Cruz teve a oposição da opinião pública, que era contra a “violação do lar” pelos agentes encarregados de acabar com os focos dos mosquitos transmissores da doença.

As oposições ao governo cresceram mais ainda com a “lei da vacina obrigatória”, decretada para combater a varíola. A grande massa da população, já abalada pelo desemprego, pela falta de moradia e a miséria, rebelou-se sob a liderança de anarquistas e socialistas nucleada pelo Centro das Classes Operárias.

Na tarde de 12 de novembro de 1904 a agitação transformou-se em baderna, quando um bando percorreu as ruas quebrando lampiões de gás, incendiando bondes e cortando fios telefônicos. Alguns militares e políticos que compartilhavam as ideias aproveitaram o movimento para tentar derrubar Rodrigues Alves.

Apoiado por topas de São Paulo e de Minas Gerais, o governo decretou o estado de sítio e reprimiu a revolta. O regulamento da vacina foi modificado, tornando-se facultativa sua aplicação. Em 1906, com o fim do mandato, Rodrigues Alves voltou para Guaratinguetá, sendo sucedido pelo presidente Afonso Pena.

Últimos Anos

No dia 1 de março de 1912, Rodrigues Alves foi, pela terceira vez, eleito presidente de São Paulo. Durante o mandato construiu escolas por toda a província. Em 1918 foi escolhido novamente para a Presidência do País, mas doente, ficou impedido de assumir o cargo. Foi vitimado pela gripe espanhola. O vice-presidente Delfim Moreira assumiu a presidência até a eleição de Epitácio Pessoa.

Rodrigues Alves faleceu no Rio de Janeiro, dia 16 de janeiro de 1919.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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