Rosa e Silva
Biografia de Rosa e Silva
Rosa e Silva (1857-1929) foi um político brasileiro. Deputado da província de Pernambuco, deputado da Assembleia Geral do Império, senador e vice-presidente da república no governo Campos Sales.
Recebeu do Império o Título de Conselheiro. Como líder político da oligarquia açucareira que dominava a região, ditava normas, indicava nomes, elegendo sucessivamente quatro governadores para Pernambuco.
Francisco de Assis Rosa e Silva nasceu no Recife, Pernambuco, no dia 4 de outubro de 1857. Era filho de Albino José da Silva, um rico comerciante português que financiava as campanhas políticas do Partido Conservador, e de Joana Francisca da Rosa e Silva.
Formação
Realizou estudos de humanidades na cidade do Recife. Com 16 anos ingressou na Faculdade de Direito do Recife e bacharelou-se em 1877. Obteve o grau de doutor em 1879. Já formado fundou os periódicos "O Congresso Literário" e a "Luta".
Concorreu ao cargo de professor, mas não obteve êxito. Viajou para a Europa para estudar e só retornou em 1881.
Carreira política
Rosa e Silva colaborou com o jornal "O Tempo" e ingressou na política. Filiado ao Partido Conservador, elegeu-se deputado provincial em três legislaturas consecutiva, de 1882 até 1887.
Em 1886, com 29 anos, elegeu-se Deputado por Pernambuco, para a Assembleia Geral do Império, exercendo o cargo até 1889, na última legislatura do império.
Ocupou a pasta da Justiça de janeiro a junho de 1889, no Gabinete da Abolição, substituindo Ferreira Viana. Nessa ocasião, o Gabinete estava sendo muito combatido pelos grupos conservadores, que se sentiam prejudicados com a abolição dos escravos, e também pelos liberais.
Entre os inimigos do Gabinete estava o jornalista e jurista Rui Barbosa, que publicou uma série de artigos contra João Alfredo, um político abolicionista e monarquista integrado ao Partido Conservador, ligado à formulação da Lei do Ventre Livre e da Lei Áurea.
O Gabinete acabou caindo em junho de 1889, sendo substituído por um gabinete liberal, chefiado pelo futuro Visconde de Ouro Preto.
Rosa e Silva e o Barão de Lucena logo aderiram à República. Rosa e Silva foi eleito Deputado para a Assembleia Constituinte e participou da elaboração da Constituição sem se expor na hora das grandes divergências, procurando se aproximar dos republicanos que iriam dominar o país após o governo de Floriano Peixoto.
Rosa e Silva defendeu o regime parlamentarista. Tinha sua base política e econômica na aristocracia açucareira. Era a principal figura política do estado de Pernambuco, com projeção nacional.
Rosa e Silva foi também um dos fundadores do Partido Republicano Federal, sob a chefia de Francisco Glicério. Foi presidente da Câmara dos Deputados de 1894 a 1895.
Vice-presidente e senador
Rosa e Silva foi eleito Senador por Pernambuco em 1895, renunciando em 1898, quando foi eleito pelo Partido Republicano, para vice-presidente da república na chapa de Campos Sales. Ocupou a presidência em outubro e novembro de 1900, quando o presidente viajou para a Argentina.
Em 1901, adquiriu o Diário de Pernambuco, jornal com tradição e prestígio nacional. Em 1902 foi reeleito senador.
Apresentou um projeto para assegurar a representação das minorias, o qual se transformou na lei do voto cumulativo, que recebeu seu nome (lei n.º 1.269 de 15 de novembro de 1904.
O Conselheiro Rosa e Silva, título que recebeu do Império, manteve grande influência na administração do Estado de Pernambuco, acompanhou os governos de Gonçalves Ferreira, Sigismundo Gonçalves e Herculano Bandeira, todos ligados à oligarquia açucareira.
Com o prestígio que tinha na capital da República, a cidade do Recife foi modernizada, com abertura de avenidas, ferrovias, ampliação do porto e instalação de novas usinas.
Em 1910 ao se decidir quem seria o candidato à presidência da República se apresentaram dois candidatos, Rui Barbosa e Hermes da Fonseca. Rosa e Silva foi decisivo para escolha do marechal, derrotando Rui Barbosa.
Conta-se que ao emitir o voto pronunciou: Com Rui Barbosa não quero ir nem para o céu. Porém, ao assumiu a presidência do País o general Hermes da Fonseca, começou a derrubar os grupos que controlavam os Estados do Norte e do Nordeste e fazer verdadeiras intervenções.
Eleições para governador de Pernambuco
Em 1911, Hermes indicou o general Dantas Barreto, herói da Guerra do Paraguai e da conquista de Canudos, que se entendeu com a oposição pernambucana, para concorrer ao governo de Pernambuco.
Rosa e Silva compreendeu que o general tinha grande apoio no Estado então resolveu ele mesmo se candidatar. Vendo que a situação se deteriorava, o governador Herculano Bandeira renunciou ao mandato a fim de antecipar a eleição.
O Exército dava cobertura a Dantas Barreto e a Polícia Estadual era fiel a Rosa e Silva. Os choques armados eram diários, resultando em mortos e feridos.
Em 5 de novembro de 1911 saiu o resultado da eleição que deu vitória a Rosa e Silva. No entanto, a Assembleia Legislativa não reconheceu a vitória do líder conservador e ratificou o parecer da Comissão de Verificação de Poderes, que proclamou eleito o general Dantas Barreto, com o apoio do político Pinheiro Machado.
Nessa época, na cidade do Recife, o comércio, a indústria e os transportes não funcionaram. Enquanto isso, o governador Estácio Coimbra viu a situação se deteriorar e perdeu o controle da capital face à atuação dos soldados do exército sob as ordens do general Carlos Pinto.
Sentindo-se sem autoridade, o governador solicitou intervenção federal no Estado e retirou-se para sua propriedade em Barreiros. No dia 19 de dezembro, a Câmara Estadual, reconheceu Dantas Barreto como governador eleito.
Rosa e Silva, apesar de ter perdido a sua influência política, obteve o apoio do partido para exercer o terceiro mandato como senador por Pernambuco em 1915, sendo ainda reeleito em 1924, falecendo antes de completar o mandato.
Rosa e Silva faleceu no Rio de Janeiro, no dia 1 de julho de 1929. No Recife, o político foi homenageado com nome de uma avenida, a Av. Conselheiro Rosa e Silva.
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