John Locke
Biografia de John Locke
John Locke (1632-1704) foi um filósofo inglês, um dos principais representante do empirismo - doutrina filosófica que afirmava que o conhecimento era determinado pela experiência, tanto de origem externa, nas sensações, quanto interna, a partir das reflexões.
Locke se destacou especialmente por seus estudos de filosofia política e deixou grande contribuição ao desenvolvimento do liberalismo, principalmente a noção de Estado de Direito.
John Locke nasceu na aldeia de Somerset, em Wrington, Inglaterra, no dia 29 de agosto de 1632. Filho de um advogado e capitão da cavalaria parlamentar, com 14 anos ingressou na Westminster em Londres.
Em 1652 entrou para a Christ Church College, da Universidade de Oxford. Formou-se em 1656 e dois anos mais tarde fez o mestrado. Em 1660 foi nomeado professor da instituição, onde lecionou grego antigo e retórica.
Durante algum tempo, Locke estudou a filosofia racionalista de René Descartes que lhe despertou o interesse pela teoria do conhecimento. Em 1667 tornou-se secretário de Lord Ashley Cooper, chanceler da Inglaterra e futuro conde Shaftesbury, época em que desenvolveu sua teoria do liberalismo político e se interessou cada vez mais pelas discussões filosóficas e científicas.
Em 1668, John Locke tornou-se membro da Academia Científica da Sociedade Real de Londres, onde realizou diversas pesquisas. Foi amigo e colaborador do cientista Robert Boyle. Como sua especialidade era a Medicina ele manteve relações com importantes cientistas da época, entre eles Isaac Newton. Entre 1675 e 1679 residiu na França em missão diplomática.
Ao retornar à Inglaterra deparou-se com problemas políticos decorrentes da sucessão de Carlos II. Adversário do absolutismo monárquico da Inglaterra de Carlos II e de Jaime II, em 1683, por defender o parlamentarismo, John Locke foi obrigado a se refugiar nos Países Baixos, onde permaneceu por cinco anos.
Em 1689, depois da Revolução Gloriosa, Guilherme de Orange foi coroado como Guilherme III, tendo que aceitar a Declaração dos Direitos apresentada pelo Parlamento, como base do sistema de monarquia constitucional, que Locke ajudou a redigir.
A Filosofia de John Locke
John Locke foi um dos principais empiristas britânicos, junto com Thomas Hobbes, George Berkeley e David Hume. Sua filosofia reconhece a experiência como a única fonte válida de conhecimento.
Segundo ele, a sensação ou a experiência externa e a reflexão ou a experiência interna constituem duas fontes de conhecimento originando-se assim ideias simples, produto da sensação, e ideias complexas, provenientes da reflexão.
John Locke negava radicalmente que existiam ideias inatas, tese defendida por Descartes. Argumentava ele que quando se nasce a mente é uma página em branco que a experiência vai preenchendo. Sua teoria do conhecimento foi exposta em sua obra fundamental: Ensaio Sobre o Conhecimento Humano.
A Teoria Política de John Locke
Como teórico político, John Locke defendeu a monarquia constitucional. Pode ser considerado um precursor da democracia liberal, uma vez que atribuiu grande importância à liberdade e à tolerância. Foi no contexto da Revolução Gloriosa Inglesa, quando Locke esteve exilado na Holanda, entre 1682 e 1688, que o filósofo desenvolveu sua teoria do liberalismo político.
Em 1690 escreveu Segundo Tratado Sobre o Governo Civil. Na obra, Locke apresentou o princípio da divisão dos três poderes que deveriam exercer a função de governo: Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário.
Tolerância Religiosa
Ainda durante seu exílio na Holanda, John Locke escreveu Cartas Sobre a Tolerância, na qual defende as ações dos cidadãos, principalmente no campo religioso, que devem ser toleradas pelo Estado, desde que cumpram as funções de defender a vida, a liberdade e a propriedade.
Locke afirmava que a reivindicação por tolerância tem como pressuposto a separação entre Estado e Igreja, ideia revolucionária para o cenário político da época.
John Locke faleceu em High Lavre, Inglaterra, no dia 28 de outubro de 1704. Seu corpo foi sepultado no cemitério da Igreja de Lavre, onde residia desde 1691.
Frases de John Locke
- "O que te preocupa, te escraviza."
- "Onde não tem lei, não tem liberdade."
- "É preciso metade do tempo para usar a outra."
- "A felicidade é uma condição da mente e não das circunstâncias."
- "Nossas ações são as melhores interpretações de nossos pensamentos."
- "A necessidade de procurar a verdadeira felicidade é o fundamento da nossa liberdade."
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