Friedrich Schiller

Escritor alemão
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Friedrich Schiller

Friedrich Schiller (1759-1805) foi um dramaturgo, poeta, filósofo e historiador alemão. Guilherme Tell, sua mais famosa peça, dramatiza a luta vitoriosa dos suíços, na Idade Média, contra a tirania e pela liberdade.

Johann Christoph Friedrich von Schiller nasceu em Marbach am Neckar, Alemanha, no dia 10 de novembro de 1759. Em 1762, seu pai, um cirurgião militar a serviço do Duque Eugen de Wurttemberg, foi promovido e a família mudou-se para o vilarejo de Lorch.

Em Lorch, Friedrich aprendeu as primeiras letras. Em 1767, uma nova nomeação de seu pai, levou a família para Ludwigsburg, onde frequentou a Escola Latina com o objetivo de ser pastor.

Em 1773, por insistência do duque, Friedrich Schiller frequentou a Academia Militar do Castelo Solitude, em Stuttgart, criada para formar oficiais e funcionários para servi-lo.

Tendo que abandonar os estudos litúrgicos, entrou para a academia e passou a estudar medicina. Dedicou-se à leitura de obras de Plutarco, Goethe, William Shakespeare, entre outros, o que alimentou seu interesse pela literatura.

Dramaturgo

Nessa época, escreveu sua primeira peça “Die Räuber”. (Os Salteadores), em que acusa a sociedade de transformar em criminosa uma pessoa de caráter fundamentalmente nobre.

O estilo apaixonado do autor mostra sinais do “Sturm und Drang” (Tempestade e Tensão), movimento pré-romântico que surgiu na Alemanha na metade do século XVIII.

Em 1780, concluiu seus estudos e começou a trabalhar como médico do regimento. Em 1781 publicou “Os Bandoleiros”, que no ano seguinte foi representada no teatro de Mannheim, com grande sucesso.

Em 1782, Schiller deixou o regimento sem a permissão do duque para assistir a estreia de Os Salteadores, em Mannheim. Quando soube do ocorrido, o duque sentenciou Schiller a 15 dias de prisão e o proibiu de escrever.

Para se livrar da situação, Schiller fugiu de Stuttgart para Mannheim, onde procurou o apoio do barão Heribert von Dalberg, diretor do teatro que lançou sua peça.

Levava uma peça já pronta “A Conspiração do Fiesco em Gênova” (1783), sobre a acusação e queda de um ditador. Em seguida, escreveu “Intrigas e Amor”, cujo tema é o amor de um aristocrata por uma moça de origem humilde e na qual denuncia a corrupção e a artificialidade no estilo de vida da nobreza.

Em 1784, após apresentar a peça "Intrigas de Amor" a um empresário do teatro de Mannheim, foi contratado para apresentar três peças por ano, mas adoeceu e não conseguiu cumprir o contrato.

Em 1785, Schiller mudou-se para Leipzig. Saxônia. Acolhido pelo advogado Christian Gottfried, pôde se dedicar inteiramente à literatura. Em 1787 concluiu o drama em versos “Don Carlos”, no qual explorou a resistência ao poder autocrático do filho de Filipe II da Espanha.

Ode à Alegria

Ainda nesse período, escreveu o seu mais conhecido poema lírico “Ode à Alegria”, celebrizado por Beethoven no movimento coral de sua Nona Sinfonia.

Historiador e professor

Em 1787, Friedrich Schiller mudou-se para Weimar, na esperança de encontrar os homens que faziam dessa cidade a capital literária da Alemanha. No ano seguinte, publicou o ensaio “História da Insurreição dos Países Baixos Contra o Governo Espanhol”.

Schiller tornou amigo de Goethe, Herder e Wieland que juntos fizeram parte do Classicismo de Weimar. Estudou Literatura Clássica e História. Começou a traduzir textos gregos e latinos.

Em 1789, indicado por Goethe, foi nomeado para o cargo de professor de História na Universidade de Jena, o que melhorou sua situação financeira. Em 1793 conclui outra obra histórica “História da Guerra dos Trinta Anos”, o que aumentou seu prestígio como historiador.

Uma doença pulmonar grave forçou Schiller a abandonar o ensino. Durante três anos recebeu ajuda do príncipe de Augustenburg e se dedicou ao estudou da filosofia de Immanuel Kant.

Inspirado nas leituras escreveu “Cartas Sobre a Educação Estética do Homem”, publicada inicialmente na revista Die Horen e, editada pelo autor em 1794.

Sua grande obra

Friedrich Schiller atingiu o auge de seu talento como dramaturgo no ciclo “Wallenstein” (1800), uma obra em grande escala que inclui um poema como prefácio, um prólogo dramático e duas peças de cinco atos.

O ciclo retrata a figura histórica de Albrecht Wallenstein, comandante dos exércitos do Sacro Império Romano-Germânico durante a Guerra dos Trinta Anos. O personagem retrata um estudo profundo sobre o fascínio e os perigos do poder.

Consagração

Muito doente Schiller ainda escreveu quatro peças que fizeram grande sucesso:

  • Mary Stuart (1800), drama psicológico sobre o renascimento moral da rainha da Escócia, Mary Stuart.
  • A Donzela de Orleans (1801), qualificada por ele como uma tragédia romântica, sobre a vida de Joanna d’Arc, que morreu no auge da glória, após uma batalha vitoriosa, e não na fogueira.
  • A Noiva de Messina (1803), uma tentativa de renovar a tragédia grega.
  • Guilherme Tell (1804), que dramatiza a luta vitoriosa dos suíços, na Idade Média, contra a tirania e pela liberdade, que lhe deu extraordinária consagração.

Friedrich Schiller faleceu em Weimar, Alemanha, no dia 9 de maio de 1805, deixando inacabada a obra “Demetrius”.

Frases de Friedrich Schiller

"É a vontade que faz o homem grande ou pequeno."
"Todos julgam segundo a aparência, ninguém segundo a essência."
"O amigo é-me querido, o inimigo é-me necessário. O amigo mostra-me o que posso fazer, o inimigo o que tenho de fazer."
"A violência é sempre terrível, mesmo quando a causa é justa."
"Queres conhecer-te a ti mesmo, olha como agem os outros: Queres compreender os outros, olha em teu próprio coração."

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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