Marco Túlio Cícero

Filósofo romano
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Marco Túlio Cícero

Marco Túlio Cícero (107 a.C. - 43 a.C.) foi um importante filósofo, escritor, advogado e político romano. Foi considerado um dos maiores oradores da Roma antiga.

Marco Túlio Cícero nasceu em Arpino, Itália, no dia 3 de janeiro do ano 107 a.C. Filho de um rico equestre recebeu fina educação. Estudou grego, latim e oratória. Recebeu os ensinamentos dos antigos filósofos, poetas e historiadores gregos. Estudou com o jurista romano Múcio Cévola, que o pôs a par das leis e das instituições públicas da República Romana.

Para poder participar plenamente da vida política, o primeiro passo era buscar prestígio militar e, durante as guerras internas, Cícero passou brevemente pela vida militar, quando esteve presente na campanha militar sob o comando do Cônsul Pompeu Estrabão.

Ao retornar à vida civil, Cícero começou a estudar Filosofia, mas sua maior habilidade era a oratória, que estudou com o principal retórico da época.

Carreira política

Com base na sua eloquência, atingiu importantes cargos na Magistratura e nas Instituições Políticas Romanas. Em 75 a.C., após a morte do ditador Sila, foi eleito questor (encarregado da administração do dinheiro público) na Sicília.

Em 66 a.C., se tornou pretor urbano e adotou a defesa das instituições tradicionais e assumiu a liderança dos representantes da aristocracia no Senado, que nunca o aceitou, por sua origem provinciana.

Em 63 a.C., Cícero foi eleito Cônsul (mandato exercido por um ano, com a responsabilidade de exercer o poder Executivo).

Ao exercer o cargo no Consulado, Cícero descobriu que o senador Lúcio Catilina, organizava uma conspiração para assassiná-lo. Ao se inteirar dos planos do Senador, Cícero reuniu o senado e proferiu o primeiro de seus quatro célebres discursos contra Catilina, que ficaram conhecidos como “Catilinárias”.

Em um trecho do "Livro I, cap. 1", Cícero diz: “Até quando, enfim, ó Catilina, abusarás da nossa paciência? Por quanto tempo ainda este teu rancor nos enganará? Até que ponto a tua audácia desenfreada se gabará?”.

Essa intervenção de Cícero foi tomada como exemplo de correção no exercício do poder público e, passou a ser invocada sempre que um homem público atentava contra o interesse geral da população.

A partir de 61 a.C., a política de Cícero que havia obtido enorme êxito, começou a ser atacada em virtude da oposição ao triunvirato formado por Crasso, Júlio César e Pompeu, tendo que se exilar, só retornando graças à intervenção de seu amigo Pompeu.

Em 51 a.C., Cícero ausentou-se de Roma para governar a província da Cilícia, na Anatólia, onde permaneceu durante um ano. Quando voltou, César e Pompeu estavam envolvidos em luta pelo poder absoluto que terminou com a vitória de César.

Embora Cícero não aprovasse a ditadura de César, não o atacou publicamente e dedicou seus esforços para a elaboração de textos poéticos e de tratados filosóficos e religiosos, entre eles: “Os Paradoxos” e “Da Natureza dos Deuses”.

Após a morte de Júlio César em 44 a.C., Cícero retornou brilhantemente à sua atividade política publicando sua célebre “Filípicas”, assim chamadas em referência ao título dos discursos de Demóstenes, contra Filipe II da Macedônia.

Morte

Perseguido pelos partidários de Marco Antônio - que se apresentava como herdeiro de César, e a posterior aliança de Marco Antônio com Otávio Augusto e Lépido, acabou colocando Cícero contra os membros do Senado.

No dia 7 de dezembro de 43 a.C., Cícero acabou sendo capturado e decapitado. Sua cabeça e a mão direita foram expostas no Senado.

Marcos Túlio Cícero morreu na província de Fórmia, Itália, no dia 7 de dezembro do ano 43 a.C.

Pensamento político

Embora tenha sido acusado de ambiguidade em algumas de suas opiniões políticas, Cícero observou com lucidez as transformações que se processavam na sociedade romana.

Muitas vezes, Cícero foi obrigado a adotar posturas públicas que o desagradava, a fim de salvaguardar, na medida do possível, as instituições republicanas.

Uma de suas principais obras é “Da República”, onde defendia os ideais republicanos, embora admitisse a necessidade de líderes dotados de decisão e autoridade pessoal.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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